Sociologia no Século XIX: de Auguste Comte a Max Weber


















        


        O forte desenvolvimento industrial e urbano ocorrido no século XIX na Europa fez com que França e Inglaterra saíssem a frente no esforço por construir as bases científicas para a formação de um pensamento social voltado a universalização do Progresso. O desenvolvimento das ciências naturais foi outro fator importante que contribuiu para que esse pensamento social buscado por pensadores ingleses e franceses dedicassem grande esforço por adaptar os princípios metodológicos das ciências naturais aos princípios metodológicos da formação do pensamento social. Foi nesse contexto que surgiu a sociologia.
Auguste Comte (1798-1857) e Émile Durkheim (1858-1917) foram os grandes precursores da sociologia na França. Adeptos da “Filosofia Positiva”, ou simplesmente “Positivismo”, ambos se dedicaram na formação de uma nova disciplina científica capaz de descrever os princípios sociais e modernizadores da sociedade. Compreendendo o desenvolvimento da história de forma linear e dividido em estágios sucessórios, Comte e Durkheim davam forte destaque a formação das sociedades modernas, com grande ênfase no progresso. Enquanto Comte descreveu o surgimento da modernidade através da sucessão de três estágios históricos (teológico, metafísico e positivo), Durkheim reduziu os estágios históricos em duas etapas apenas: a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica. Nasceu, assim, uma sociologia descritiva.
Diferente da trajetória francesa, caminho inverso foi trilhado na Alemanha. A tardia Unificação Alemã fez com que o ingresso do país na corrida industrial fosse atrasado. Graças a esse contexto, a sociologia francesa despertou grande interesse pela interpretação da história. Enquanto a escola francesa estava voltada para a universalização dos “ideais de modernidade”, o pensamento alemão preocupou-se com o reconhecimento das diversidades da vida em sociedade, das diferenças sociais, e das características próprias para a formação política e para o desenvolvimento econômico de cada cultura. Contrária a sociologia francesa, a sociologia alemã é, portanto, uma sociologia interpretativa.
A nova disciplina científica na Alemanha foi fortemente influenciada pelos pensadores da escola filosófica conhecida como “Idealismo Alemão”, com destaque para Johann G. Fitche (1762-1814), Friedrich von Schelling (1775-1854) e Wilhelm Hegel (1770-1831). Para estes pensadores, a razão é histórica, construída no tempo e no espaço, e está em constante transformação. A realidade é dinâmica e orientada pelas contradições. A diversidade cultural, portanto, é compreendida pela particularidade presente em cada sociedade, haja vista que a universalidade da razão, tal como compreendida pelos franceses, seria uma ilusão.

Enquanto os pensadores franceses afirmavam o prevalecimento da sociedade sobre os indivíduos através do fato social, os pensadores alemães defendiam que os indivíduos têm papéis relevantes, influenciam e interferem na formação da sociedade. Essa atuação dos indivíduos na sociedade é o que o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) chamou de ação social. Compete ao cientista analisar e compreender o sentido das diferentes ações sociais, identificar as motivações de causa, e prever as consequências de cada uma das ações. 

Bibliografia

CALBUCII, Eduardo; ROCHA, Jucenir; CALBUCCI, Rodrigo. Sociologia: conceitos e interação. São Paulo: Leya, 2013.

COSTA, Regina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 4.ed. São Paulo: Moderna, 2010.

MACHADO, Igor José de Renó; BARROS, Celso Rocha. Sociologia hoje. São Paulo: Ática, 2013.

TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010.

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