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Terrorismo político-eleitoral

O sistema eleitoral brasileiro esconde uma grande falácia no discurso do direito de voto. Temos a liberdade de votar em candidatos e partidos de nossas preferências, e não há como negar que esse direito é de grande valia. O problema é que, da mesma forma que posso me identificar com alguma das opções oferecidas pelo pleito, também posso não me identificar com nenhuma delas, mas esse é um direito que o sistema eleitoral não permite. Mesmo que eu não goste de nenhum dos candidatos a disposição para o meu voto, sou obrigado a votar em alguém para que meu voto tenha validade. E o voto nulo? Bem, confesso que essa foi uma alternativa da qual optei em diversas situações. O mais frustante em adotá-lo é saber que ele não tem validade, e que, ao escolhê-lo, minha voz simplesmente deixa de ser ouvida e passo a pertencer a mais um dentre tantos brasileiros que se calam diante da realidade. Vejo-me então numa encruzilhada: votar nulo porque não consigo encontrar uma boa opção em nenhuma das al

Salve-se quem puder

Não sou Jurista, nem Doutor em Ciências Políticas, mas um eterno estudante, sempre disposto a buscar fontes e informações relevantes para construir um conhecimento sólido e que resulte em uma compreensão melhor elaborada do assunto. Tenho muito receio dos "me falaram que", "ouvi dizer", ou "está todo mundo falando". Com todo o respeito que tenho aos meus leitores, tenho sempre em mente uma fala dita repetidas vezes por meu professor de Ética, durante a graduação em filosofia. Embora pejorativa, a expressão faz algum sentido e, se corretamente interpretada, tem muitas lições a nos ensinar: "cuidado com o que diz a maioria, porque a maioria é burra".  Vamos aos fatos: o Brasil vive uma crise política bastante acentuada. Comparando essa realidade ao cenário internacional, vemos que o Brasil é um dentre tantos outros países que passam por situações semelhantes. Com origem marcada por uma história de colonização e governos autoritários, percebemos

O Gigante que não acordou sozinho.

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A recente crise política presenciada neste território nacional mexeu com os brasileiros de alguma forma. Desde os movimentos populares pelo impedimento do ex-presidente Fernando Collor de Mello,  testemunhamos certa calmaria popular nas ruas do país durante praticamente uma década. Passeatas e manifestações de rua ocorreram, mas sempre com causas e agentes mais específicos. Já os principais conflitos ideológicos e políticos ficaram mais restritos aos anos eleitorais. Essa realidade mudou em 2013, quando presenciamos uma sequência de movimentos que ficaram conhecidos como "jornadas de junho". A grande novidade destes movimentos é que, embora iniciados por manifestações mais específicas (contra o aumento das passagens), em pouco tempo a participação dos brasileiros se agigantou. As massivas manifestações presenciadas nos anos 80 ("Diretas - Já") e 92 ("Caras Pintadas") ganharam novamente as ruas, mas agora com novidade: a grande complexidade das reivin

Como ler textos filosóficos

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Que o hábito de leitura não é o forte dos brasileiros, todos já sabem. O que nem todos sabem é que "ler" não é uma atividade que se faz do mesmo modo com todos os tipos de literatura. Existem diferentes tipos de leitura, diferentes em suas modalidades, mas apropriadas para cada tipo de texto. Algumas exigem mais habilidades que outras, e é justamente sobre isso que falaremos hoje. Independente da quantidade de livros que já leu ou costuma ler num determinado período, você já deve ter se deparado diante de leituras que pareceram fluir com muita facilidade, mas também já deve ter conhecido leituras de linguagem complexa e de difícil compreensão. Deve ter conhecido livros que assustaram pela espessura e pela quantidade de páginas, mas conquistaram pela linguagem simples e cativante, mas também já deve ter provocado por livros que, embora pequenos em espessura, desafiaram pela linguagem difícil, lenta e cansativa. Se já passou por isso antes, provavelmente conheceu um te