Um ano de COVID-19. Como foi que tudo começou mesmo?


Há um ano vivemos esse pesadelo chamado "COVID-19". Desde então, nossas vidas viraram "de pernas para o ar". No início, parecia controlável. Alcançou um Pico entre os meses de julho e setembro do ano passado, dando sinais de melhora e possível recuperação econômica nos meses de outubro e novembro.

Ficamos otimistas, aguardando o início de 2021, com esperança de dias melhores. Mas os frequentes alertas dado por autoridades de saúde em relação as festas de fim de ano já apontavam o que estaria por vir.
O temido aconteceu. O caos tomou conta. O sistema de saúde encontra-se em crescente colapso, e o crescimento diário de novos casos e internações é maior que qualquer medida de criação de novos leitos. As mortes crescem aos montes, e parte dos curados vivem com constantes pesadelos marcados por lembranças atormentadoras ou sequelas que os acompanharão por muito tempo. 
Os profissionais de saúde encontram-se mergulhados em um esgotamento físico-mental que, a qualquer momento, poderão não mais suportar. Crises de choro e "brancos de memória" já são realidades vividas por estes mesmos profissionais em vários lugares do país. Um ano depois, a Pandemia  transformou-se naquela assustadora realidade onde o mais confortável é continuar dormindo e sonhando.
Mas, quem são os culpados? Pergunta cretina e de difícil resposta. Não há um culpado. Por mais que se tente, qualquer esforço para encontrar um culpado é em vão. O que há é uma quantidade incontável de pessoas responsáveis por esta confusão. Quantidade que inclui políticos, governantes, e pessoas comuns. Reponsabilidades que ficam ainda mais evidentes quando observamos o quanto não é difícil adotar as medidas preventivas.
Distanciamento social para as pessoas saudáveis, e isolamento social para as pessoas infectadas. Eis o mantra que, se levado a sério desde o início por todos, teria evitado esse caos. Talvez não seria suficiente para evitar a Pandemia, mas seria suficiente pelo menos para evitar a tamanha gravidade em que nos encontramos. Mas, como típico do Brasil, não temos um  comportamento cultural a altura para lidar com esta realidade. 
Muito pelo contrário; o que assistimos ao longo desse um ano foi uma assustadora sucessão de escândalos, showzinhos e espetáculos teatrais (alguns até midiáticos graças a aquela forcinha dada pelas redes sociais) para não ter de usar máscaras e manter distanciamentos. Muitos deles, regrados a cenas de gritos e até de espancamentos. Isso sem contar dos constantes furos do isolamento por parte de pessoas infectadas, diagnosticadas, e orientadas a ficarem em casa para não transmitirem o vírus. E pior: de caso pensado. Com diz o ditado: "entrou em um ouvido e saiu no outro".
E os políticos? Sim, eles também têm suas responsabilidades. Em um país com dimensões continentais como o Brasil, coordenar a crise não é fácil. Necessita uma ampla força tarefa, composta por ações de conscientização, orientação, rastreamento e acompanhamento, de modo a proporcionar decisões mais acertadas e objetivas. 
É preciso fechar tudo e no País inteiro? Claro que não. Em alguns momentos, como agora, pode ser necessário, mas os rigores destas medidas devem ser pautados em cada realidade local e regional. Ações como Lockdowns, Medidas Restritivas, e Toques de recolher, só fazem sentido a medida que se demonstram numericamente necessárias, no local necessário, e pelo tempo necessário. Não é uma medida a ser adotada aleatoriamente. Tem de ter critério, planejamento, e apoio também. Faz sentido se tomadas por lideranças locais e regionais, porém amparadas pelo Governo Federal. Sem esse apoio, ações locais e regionais poderão ser feitas de forma descoordenada, confusa, e catastrófica. Sim, quando necessárias, têm de serem adotadas, mas a responsabilidade tem de ser compartilhada.
Tem de Parar? Ok. Algumas atividades podem se adaptar para o Home Office e o Tele trabalho, mas nem todas são assim. Por isso que as realidades são diferentes, e tudo precisa ser muito bem pensado. É como um jogo de xadrez: uma peça mal movimentada compromete o jogo inteiro. É aí que entra a necessidade de oferecer apoio e subsídio a todos profissionais que não têm como sobreviver de outra forma. Assim, ninguém precisaria entrar em pânico por não saber como irá pagar suas contas e garantir o pão de cada dia, e os resultados seriam muito mais assertivos.
Os recursos têm de ser Federais? Não necessariamente. Podem e devem ser tanto Federais, quanto Estaduais e Municipais. Mas tem de ter coordenação. Sem isso, como já dito antes, fica tudo muito confuso e solto. 
Coordenação nacional? Esquece. "É só uma gripezinha", "uma chuva que vai passar e todos vão se molhar". Tá morrendo gente? "E daí, eu não sou coveiro". Ou então "Sou Messias, mas não faço Milagre". Começamos, assim, uma desastrosa e sinistra sequência de erros, compartilhados, e reproduzidos por um número incontável de pessoas, até chegar ao fatídico março de 2021. 
Como foi que tudo começou mesmo?

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