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Mostrando postagens de abril, 2021

Tabus sociais no mundo atual

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Não é preciso muito. Uma simples passagem por postagens, comentários e discussões presentes  nas redes sociais é suficiente para observar o quanto o Senso Comum ganhou holofotes nos debates político, religioso, moral e econômico. Embora o conhecimento científico seja clamado rotineiramente por esses mesmos debates, apresenta-se, em sua grande maioria, apenas como um suposto argumento para sustentar a própria opinião ou posicionamento. Nota-se, no entanto, que não há uma clareza sobre o que realmente vem a ser o conhecimento científico, desconhecimento este que resulta na banalização da própria ciência. Nada tenho contra o Senso Comum. Muito pelo contrário. É nele que toda a minha capacidade de conhecimento e reflexão teve origem. Ninguém pode se tornar um bom filósofo, cientista, artista ou religioso sem antes passar pelo Senso Comum. É a porta de entrada para o conhecimento humano; por isso não deve ser desvalorizado. Em muitas ocasiões, para que haja boa aplicação crítica do conhecim

Quando a arte enfrenta o sofrimento

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 O alemão Arthur Shopenhaeur (1788-1860) é conhecido como um filósofo pessimista, pertencente também ao grupo conhecido como "Filósofos da Suspeita". Embora taxado de maneira negativa, a forma como aborda a existência humana é bastante profunda e reveladora. A meu ver, a filosofia de Schopenhauer revela traços característicos da natureza humana ainda pouco compreendidos. Arthur Schopenhauer (1788-1860). Obra de domínio público; autor desconhecido. Vale o destaque para a obra "O Mundo Como Vontade e Representação", publicada em 1819 e composta por quatro volumes, onde ele aborda o mundo dos fenômenos como produto de uma insaciável, viciosa, e cega vontade metafísica.  O objetivo deste texto não é produzir um tratado filosófico, de leitura compreensível apenas aos iniciados no assunto. Por este motivo, desenvolverei, em poucas palavras a filosofia que mais atrai a minha reflexão no campo proposto.  Referências históricas Para mergulhar no assunto, cabe antes um esclar

Toxidade nas Redes

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  Ler e acompanhar notícias publicadas e compartilhadas em rede sociais é hoje um exercício exaustivo de tolerância. Publicações que costumam vir acompanhadas de comentários tóxicos e bastante agressivos. E olha que não são poucos.  https://pxhere.com/pt/photo/1574659?utm_content=shareClip&utm_medium=referral&utm_source=pxhere Pode-se até tentar, mas não é fácil ignorar. Há sempre um posicionamento revoltoso nos comentários relevantes que desperta indignação até mesmo nas mais doces e inocentes almas.  Armadilha perfeita para despertar as mais bárbaras e violentas reações que um "cidadão de bem" é capaz de ter. Quando menos se percebe... Surge então uma nova reposta que faz o clima esquentar ainda mais. É fogo no parquinho. Há, apesar do degaste, um benefício inegável para quem publica: engajamento que fortalece algorítmos. Xingar, ofender, mentir, falsear, tudo vale para alimentar a configuração responsável por ampliar o alcance de cada publicação. Como diz o ditado,

Falácias do Discurso

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Em nova projeção anunciada pelo Ministério da Economia na última semana, o possível fim da isenção de impostos no comércio editorial foi informada com o argumento de que a isenção afeta apenas os mais ricos, já que, segundo o Ministério, os mais pobres não consomem livros não didáticos.  Imagem/Dilgação: Pixabay/NWimagesbySabrinaEickhoff O argumento é, no mínimo, curioso. De fato, não há como negar que o investimento na leitura é mais frágil e, em muitas situações, inexistente nas famílias mais pobres. Mas dizer que a tributação de livros é justificável porque os mais pobres não compram livros é, no mínimo, uma cusparada na cara dos brasileiros. Argumento frágil, sustentado em diversas lacunas, e que ainda reforça a falsa ideia de preguiça por parte dos mais pobres. Só faltou dizer: os pobres não leem porque não querem; por isso são burros. Ainda mais preocupante é saber que esse discurso não causa estranheza ou indignação por grande parte da sociedade. Muitos foram os comentários de u

O que as Distopias têm a nos ensinar?

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Sou um leitor apaixonado por distopias. Alguns dos nomes preferidos do meu do meu acervo de leituras são: "1984" (1949) e Revolução dos Bichos (1945), do pseudônimo inglês George Orwell, Admirável Mundo Novo (1932), de escritor inglês Aldous Huxley, e, mais recentemente, Fahrenheit 451 (1953), do Norte-Americano Ray Bradbury. Leituras que fascinam, mas que também entristecem. Entristecer-se; eis um suposto crime ou pecado condenável pelos fictícios mundos destas obras. Histórias que foram escritas ainda na primeira metade do Século XX, mas que parecem retratar com maestria a sociedade do século XXI. Para os escritores da época, não passavam de projeções futurísticas das sociedades a partir do presente por eles vividos. Toda previsão nada mais é que uma antecipação do futuro. Antecipação que pode conter erros e acertos. Admira-me a precisão com que estas previsões acertaram em cheio. Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo  pseudônimo George Orwell, autor  dos conhecidos livros