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Polêmicas e contradições do Ensino Religioso nas Escolas

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de aprovar o Ensino Religioso de natureza confessional nas escolas públicas acrescentou mais um capítulo na histórica polêmica deste assunto. Ao que parece, estamos longe de chegar a uma conclusão coletiva.  Nas redes sociais digitais, o assunto ganhou força. Em poucos dias, incontáveis homens e mulheres de diversas regiões, religiões e idades, se manifestaram sobre o assunto. Ainda bem, pois o livre pensamento é um direito assegurado a todo e qualquer cidadão e cidadã pela Constituição Federal. Mas, apesar do pleno exercício desta liberdade, parece que consenso não é alcançado principalmente pela falta de conhecimentos aprofundados sobre o assunto. É fato que o país tem sérias dificuldades para lidar comeste tema, e não é de agora. A dificuldade é até compreensível, pois a história do Brasil não é muito favorável. Para começar, há muito mais tempo de colônia do que de independência. Se consideramos que a descoberta do Brasil ocorreu em

Paradoxos de "La Bête"

A performance do artista Wagner Schwartz no Museu de Arte Contemporânea (MAM) de São Paulo no dia 26/09 causou grande repercussão na rede mundial de computadores, e fez lembrar da polêmica exposição "Queermuseu", promovido pelo Santander em Porto Alegre/RS. Ambas as exposições têm em comum fortes críticas feitas por internautas após parte de seus acervos serem expostos nas redes sociais. Muito se escreveu desde então, e nunca se debateu tanto sobre os limites da arte como nos dias atuais. Não há nenhuma novidade no fato de produções artísticas serem inspiradas por questionamentos e paradoxos da sexualidade, mas a repercussão gerada por esse tipo de obra é realmente inédito. Peças que envolvem nudismos são relativamente comuns, e muitas exerceram grande importância para estimular a crítica social. Destaque para duas performances: a peça teatral "Navalha na Carne" (1967), de autoria do brasileiro Plínio Marcos (censurada pelo Governo Militar), e a performance R

Terrorismo político-eleitoral

O sistema eleitoral brasileiro esconde uma grande falácia no discurso do direito de voto. Temos a liberdade de votar em candidatos e partidos de nossas preferências, e não há como negar que esse direito é de grande valia. O problema é que, da mesma forma que posso me identificar com alguma das opções oferecidas pelo pleito, também posso não me identificar com nenhuma delas, mas esse é um direito que o sistema eleitoral não permite. Mesmo que eu não goste de nenhum dos candidatos a disposição para o meu voto, sou obrigado a votar em alguém para que meu voto tenha validade. E o voto nulo? Bem, confesso que essa foi uma alternativa da qual optei em diversas situações. O mais frustante em adotá-lo é saber que ele não tem validade, e que, ao escolhê-lo, minha voz simplesmente deixa de ser ouvida e passo a pertencer a mais um dentre tantos brasileiros que se calam diante da realidade. Vejo-me então numa encruzilhada: votar nulo porque não consigo encontrar uma boa opção em nenhuma das al